segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A ESTROFE DO AMOR PERDIDO

I

O amor que não lhe disse
está me entristecendo agora.
Não saiu dos meus lábios e passou ao seu lado
como uma sombra suave!

Eu não o soube olhar,
não o soube sentir,
minha boca tampouco
conseguiu lho dizer...

Perdeu-se como um canto que se fina nos lábios,
expirou como um barco que se perde no mar.

Passou como uma sombra... Não o soube sentir...
Não o soube sentir... sequer o soube olhar...

II

Silencioso amor. Ou sino
sem metal.
Silêncio. Agora estou triste.
Tarde. Lembrança. Silêncio.
Solidão.
Amor... se eu o tivesse dito
naquele entardecer...
Mas para que o calaria?...
Para quê?!

Pablo Neruda

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